O esgoto é a água após ter sido utilizada para algum fim e consequentemente tem as suas propriedades e características naturais alteradas. Sobre isso Jordão e outros (1995, p.19) entendem que
Hoje este termo é usado quase que apenas para caracterizar os despejos provenientes das diversas modalidades do uso e da origem das águas, tais como as de uso doméstico, comercial, industrial, as de utilidades públicas, de áreas agrícolas, de superfície, de infiltração, pluviais, e outros efluentes sanitários.
Além disso, Jordão (1995) acrescenta que o uso do termo “esgoto” tem uma aversão injustificada. Por isso, alguns estudiosos passaram a empregar o termo “águas residuárias”, que exprime a tradução literal da palavra “wastewater”. Logo, a sigla ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuárias está se confrontando com a tradicional ETE – Estação de Tratamento de Esgoto.
Examinar as características físicas, químicas e biológicas do esgoto é de suma importância, pois contribui para a definição da forma e do tipo de tratamento adequado. A caracterização analítica do líquido é obtida através de análises biológicas e físico-químicas, que indicam sua composição básica e as possíveis influências no meio ambiente.
1 Características físicas
Ao dissertar sobre características da água baseadas nos conceitos de Jordão e outros (1995, p. 24) verifica-se que “As características físicas do esgoto podem ser interpretadas pela obtenção das grandezas correspondentes às seguintes determinações: matéria sólida, temperatura, odor, cor e turbidez”. De acordo com Jordão e outros (1995) tem-se os parâmetros físicos a citar.
a) matéria sólida: é considerada a de maior importância, em relação a estações de tratamento, pelo fato da sua remoção necessitar passar por várias etapas de tratamento;
b) temperatura: é um pouco superior à das águas de abastecimento, isso devido aos despejos domésticos, industriais, que aquecem a água e logo aumenta a temperatura. Além disso, a determinação deste parâmetro é bastante utilizada nas operações de natureza biológica;
c) odor: presente nos esgotos é devido aos gases resultantes e formados durante a decomposição, por exemplo, quando ocorre a formação de gás sulfídrico proveniente da decomposição do lodo contido nos despejos; decomposição de produtos orgânicos, ácidos, sulfurosos;
d) cor e turbidez: estes revelam o estado de decomposição do esgoto. A cor cinza é característica do esgoto fresco, já a preta é do esgoto velho e quando apresenta uma decomposição parcial, e podem ter outras cores devido aos despejos industriais. A turbidez é usada para analisar o grau de eficiência do tratamento secundário, por causa dos sólidos em suspensão que são removidos nesta etapa do tratamento.
2 Características químicas
Como explicam Jordão e outros (1995, p. 31) “a origem dos esgotos permite classificar as características químicas em dois grandes grupos: matéria orgânica e da matéria inorgânica”.
Sperling (2005) ainda acrescenta que uma característica muito relevante como aspecto químico é o potencial hidrogeniônico (pH). Este representa a concentração de íons hidrogênio em escala antilogarítmica, o que fornece se a água está ácida, básica ou alcalina, dentro da faixa de 0 a 14. É importante nas etapas do tratamento da água como a coagulação, desinfecção, controle da corrosividade, remoção da dureza. Além disso, o pH baixo tem potencial de corroer e agredir tubulações de águas, enquanto o pH elevado favorece a incrustações de tubulações, peças de abastecimento e afeta a vida aquática, inclusive os microrganismos que são responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário