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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Estação de Tratamento de Esgotos - ETE


Como é de conhecimento da maioria dos monlevadenses, a Estação de Tratamento de Esgotos do bairro Cruzeiro Celeste - ETE Cruzeiro Celeste, será inaugurada em breve. Mas, poucos entendem a magnitude desse mecanismo de proteção ambiental, que apesar de não angariar votos - como as obras de saneamento em geral - será um divisor de águas para nosso município.

Mas afinal de contas, o que é uma ETE? Bem, antes de chegarmos lá, precisamos entender o caminho da água no uso antrópico. No seu tratamento, antes de chegar às nossas casas, ela passa pela Estação de Tratamento de Água - ETA (que em Monlevade está situada nas Pacas e capta água do Rio Santa Bárbara). Após seu tratamento, ela é distribuída pela rede até chegar às residências, onde pelo seu diversificado uso, passa a ser chamada de água servida. Essa água servida, muitas vezes possui cargas de poluentes que podem prejudicar seriamente os ecossistemas fluviais.

Antigamente tínhamos a falsa ilusão de que as empresas eram as grandes vilãs na poluição dos corpos hídricos, cenas como as espumas do Rio Tietê em São Paulo contribuíram para fortalecer essa ideia. Mas os maiores vilões são os municípios que, indiscriminadamente, lançam em seus rios todas as águas servidas, que habitualmente chamamos de esgoto. Em Minas Gerais, a Deliberação Normativa nº 96 de 2006 - DN 96, veio como norma reguladora dessa situação, pois elencou os perfis dos municípios de Minas Gerais em 7 grupos, que possuem prazos específicos para se adequarem.

As ETE's são peças fundamentais para o atendimento das exigências da DN 96, pois são responsáveis pelo tratamento dos efluentes sanitários gerados pelos municípios. A ETE, ao contrário da ETA, não utiliza produtos químicos para realizar o tratamento do esgoto, são utilizados métodos aeróbios (Fig. 1) - onde o esgoto é tratado em tanques dotados de aeradores para dispersar o oxigênio pelo reservatório -  e métodos anaeróbios (Fig. 2) - onde o processo se dá sem a presença de oxigênio - geralmente são utilizados reatores anaeróbios de fluxo ascendente - RAFA ou UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket), em ambos os casos as bactérias são as protagonistas. Assim podemos classificar as ETE's como ecologicamente corretas até mesmo na sua operação.


Foto 1: Aerador de um sistema aeróbio.
Fonte: José Carlos de Araújo, visita técnica ETE Vespasiano 04/11/2008.



Foto 2: Reator Anaeróbio de fluxo ascendente - UASB.
Fonte: José Carlos de Araújo, visita técnica ETE Itabira 27/04/2009.

A ETE Cruzeiro Celeste vai tratar cerca 26% dos efluentes sanitários de João Monlevade, constituindo o segundo maior subsistema que será construído, ficando apenas atrás da ETE Carneirinhos (próxima a ser construída). Seu sistema de tratamento será UASB, demandando menos energia elétrica, pois não utilizará aeradores.

Na natureza, existe o fenômeno chamado autodepuração, que é a capacidade do corpo hídrico de "regenerar" suas águas por processos naturais. Quando a carga de poluentes é maior que a capacidade de autodepuração, o rio ou lago se torna poluído. As ETE's nada mais são que mecanismos autodepuradores artificiais, que realizam o mesmo procedimento, porém em larga escala e em menos tempo. Na figura 3 temos a saída de efluentes da ETE de Vespasiano (efluente da fig. 1), com suas águas cristalinas e aptas para o descarte nos corpos receptores.

Figura 3: Efluente tratado da ETE Vespasiano - MG.
Fonte: José Carlos de Araújo, visita técnica ETE Vespasiano 04/11/2008.


Fonte: José Carlos de Araújo - Eng. Ambiental

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