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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Características biológicas dos efluentes domésticos

Vários tipos de microrganismos podem ser encontrados em um esgoto doméstico ou industrial. Dentre estes microrganismos os que mais se destacam são: as bactérias, os fungos, protozoários e as algas.

As bactérias são organismos unicelulares e consideradas os elementos mais importantes deste grupo de organismos, por serem responsáveis pela decomposição e também pela estabilização da matéria orgânica e demais poluentes, como expõe Sperling (2005, p.23-24)
[...] Considerando-se que a principal função de um sistema de tratamento é a remoção da DBO, as bactérias heterotróficas são os principais agentes deste mecanismo. No entanto, além de desempenharem o papel na depuração da matéria orgânica, as bactérias possuem a propriedade de se aglomerar em unidades estruturais, como flocos, biofilmes ou grânulos.

Já os fungos são organismos aeróbios multicelulares que não realizam fotossíntese, portanto heterotróficos. A importância deste grupo para o tratamento de esgoto é o fato de promoverem a decomposição da matéria orgânica, e também podem ter crescimento mesmo em condições de baixo pH (SPERLING, 2005).

Os protozoários são organismos unicelulares sem parede celular, sendo a maioria aeróbia ou facultativa. Em maior número são heterotróficos, pois se alimentam de bactérias, algas e outros microrganismos. Os principais papéis no tratamento de esgoto são: consumo de matéria orgânica e bactérias livres e contribuem para a formação dos flocos (SPERLING, 2005).

Mesmo contribuindo com a diminuição da matéria orgânica, a atuação mais importante dos protozoários no tratamento de esgoto é o consumo de bactérias livres que estão suspensas na água, como confirma Horan[1], 1990 apud Sperling (2005, p. 27).
Neste sentido, as bactérias que não participam do floco, mas que se encontram em suspensão no meio, não são normalmente removidas na decantação final. Em assim sendo, elas contribuem para a deterioração do efluente final em termos de sólidos em suspensão, matéria orgânica [...]. A atuação dos protozoários sobre as bactérias contribue, portanto, para a melhoria da qualidade do efluente final.

As algas não interferem nas unidades convencionais de tratamento, exceto nas lagoas de estabilização, pois atuam na oxidação aeróbia e também na redução fotossintética das lagoas.

Entretanto Jordão (1995, p.44) explica um aspecto negativo das algas que
[...] desenvolvem com o lançamento de efluentes de estações de tratamento, ricos em nutrientes (nitratos e fosfatos), chegando mesmo a ser um fator indesejado quando o crescimento se dá em demasia (os “florescimentos” de algas ou “ floração”), e podem interferir com o uso da água. Em alguns casos se torna necessária a retirada de pelo menos um dos nutrientes. No tratamento de esgotos deve-se ter um cuidado especial quando o corpo receptor é um lago ou lagoa, para não causar um enriquecimento de nutrientes, o que se denomina “eutrofização”.


[1] HORAN, N. J.Biological wastewater treatment systems.Theory and operation. John Wiley & Sons: Chichester, 1990.

Referência bibliográfica: ARAÚJO, José Carlos de. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA IMPLANTAÇÃO DE WETLAND COMO UNIDADE COMPLEMENTAR DO TRATAMENTO DE ESGOTOS DO BAIRRO JACUÍ EM JOÃO MONLEVADE-MG. Monografia de conclusão do curso de Engenharia Ambiental na Universidade do Estado de Minas Gerais. Pág. 32 a 33. 2010

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