Figura 1: Transposição = Impactos imensuráveis. |
a) "a captação de água deve ser realizada perto de Cabrobó, na divisa entre Bahia e Pernambuco, numa altitude 50 m inferior à da Barragem de Sobradinho;
b) pretende-se desviar cerca de 280 m³/s, quando o projeto estiver todo implantado, sendo que na primeira etapa, a previsão é retirar 70 m³/s do São Francisco, que neste ponto tem vazão firme de 2065 m³/s, o que representa menos, provavelmente, que a margem de erro das medições hidrológicas;
c) na captação a água será bombeada para superar cerca de 30 m de elevação geométrica e segue em canais e reservatórios até Terra Nova, onde é elevada novamente em 50 m, prosseguindo em aquedutos e leitos naturais até Salgueiro, onde uma 3ª estação elevatória seria implantada para recalcar a água a 80 m de elevação. Desta forma, a água captada na cota de 315 metros, após ser recalcada 160 m, cruzaria o divisor na altitude de 475 metros, prosseguindo daí em diante para o vale do Jaguaribe, por gravidade. A passagem no divisor é prevista em túnel de 1500 m, nos limites estaduais de Pernambuco e do Ceará;
d) a idéia é que, dos 2000 km percorridos pela água na adução até o mar, cerca de 200 km serão contemplados com obras. As demais distâncias serão percorridas em leito natural de rios e reservatórios;
e) depois de transposto o divisor, a água seguiria pelos rios dos Porcos, Salgado e Jaguaribe, por onde atingiria o litoral;
f) na primeira etapa do projeto, as vazões decorrentes da transposição seriam divididas da seguinte forma: 25 m³/s para o Ceará, 15 m³/s para o Rio Grande do Norte, 15 m³/s para a Paraíba e 15 m³/s para Pernambuco."
As vazões parecem pequenas em relação à vazão natural do Rio São Francisco, mas temos que levar em conta que estamos mudando as características de um ecossistema. Na visão ambiental a tranposição não é bem quista, pois traz mudanças profundas no percurso que a água percorrerá. São esperados impactos ambientais faraônicos. Porém, sob a ótica do sertanejo que não possui água em quantidade e qualidade suficiente, a transposição é uma dádiva que saciará a sede e trará desenvolvimento ao sertão.
A transposição é uma medida extrema, pois existem outras formas de atender à demanda com o uso de outras tecnologias. Porém a visibilidade política da obra sobrepõe a todos os argumentos possíveis.
Fonte: Adaptado por José Carlos de Araújo - Engenheiro Ambiental.
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