Pela ótica da vida podemos, sem exagero algum, definir a água como o líquido mais precioso do planeta. Nas mais diversas campanhas de colonização, seja na época dos descobrimentos ou na era espacial, a existência de água nas áreas exploradas sempre foi fator crucial para despertar o interesse humano. Sua importância é tão arraigada que todas as grandes civilizações foram erguidas às margens de corpos d’água, firmando assim a estreita relação do ser humano e seus dependentes com a necessidade constante de hidratar o organismo (SPERLING, 2005).
É importante salientar que apesar de ser abundante, a água utilizada na dessedentação, seja humana ou animal, está cada vez mais escassa. Segundo Sperling (2005), a água é o componente inorgânico mais abundante da matéria viva. A Figura 1 ilustra sua distribuição nos principais órgãos do corpo humano, onde mais de 60% do mesmo é constituído de água e em certos animais aquáticos a quantidade pode chegar a 98%. A água é fundamental para a manutenção da vida no planeta, por isso é preciso conhecer sua distribuição para focar sua importância de uma forma mais precisa (SPERLING, 2005).
Figura 1: Distribuição de água nos órgãos humanos. |
A água doce, que na proporção global representa apenas 0,8%, pode ser encontrada na natureza de duas formas: água doce subterrânea, que corresponde a 97% do total e água doce superficial, que é mais fácil de ser obtida, com 3% desse montante. Esses valores despertam a importância da preservação dos recursos hídricos, conforme pode ser visualizado na Tabela 1 que relaciona a distribuição de água no planeta (SPERLING, 2005).
Tabela 1: Distribuição da água no planeta.
Água do mar 97,0% Geleiras 2,2% Água doce 0,8% TOTAL 100% |
Fonte: Sperling (2005, p. 17)
Em relação à quantidade de água doce gerada por meio de processos naturais de dessalinização da água dos oceanos, que pode chegar a 43.000 km3/ano, e engendra uma descarga de longo período nos rios do planeta, Rebouças (2008, p.13) registra que
Sendo a demanda total da humanidade, atualmente, da ordem de 14% desta vazão – 70% irrigação, 20% indústrias e 10% consumo doméstico – plagiando Mahatma Gandhi (1869-1948) diria que não há falta de água doce no mundo para satisfazer todas as necessidades da humanidade, mas não o bastante para atender os grandes desperdícios e degradação da qualidade em níveis nunca imaginados, tanto na agricultura, quanto nas cidades.
O autor é claro quando enfatiza que se o homem utilizasse os recursos hídricos racionalmente, a água doce gerada pelos processos de evaporação da água salgada dos oceanos seria suficiente para suprir todas as necessidades hídricas humanas. Mas devido à cultura do desperdício, que é inerente a uma parcela considerável da população, seja na zona rural ou nos grandes centros urbanos, é possível vislumbrar um declínio da qualidade das águas sem precedentes.
Referência bibliográfica: ARAÚJO, José Carlos de. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA IMPLANTAÇÃO DE WETLAND COMO UNIDADE COMPLEMENTAR DO TRATAMENTO DE ESGOTOS DO BAIRRO JACUÍ
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