Educação Ambiental vem de berço

Nosso país tem sérios problemas educacionais, isso não é novidade. Mas boa parte dessa deficiência é efeito de valores não assimilados dentro da própria convivência familiar. É comum vermos as pessoas jogarem lixo nas ruas - seja pelas janelas dos carros ou pelas janelas dos ônibus - como se fossem as coisas mais normais do mundo. Quando me deparo com essas cenas tenho vontade de chamar a pessoa e dizer que deixou cair um "pertence" dela no chão, que de certa forma não deixa de ser, pois somos responsáveis pelo lixo que geramos.

Mas como reverter esse quadro e diminuir a frequência dessas cenas? Sim, a resposta também é óbvia, temos que difundir mais a educação ambiental o mais cedo possível nas escolas. Segundo Paulo Freire, grande filósofo e educador brasileiro, o ideal é que tenhamos essas noções desde o ensino básico, pois a criança tem um poder de difusão de conhecimento ainda pouco explorado. Os pais muitas vezes aprendem com os filhos, ainda mais se não tiveram a oportunidade de estudar. Sabe aquele velho clichê sobre o futuro da nação? Pois bem, eles serão responsáveis pelas mudanças na época em que a idade chegar para a nossa geração.

Tenho um filho de seis anos, e desde cedo o ensinei a separar o lixo seco do molhado. Para isso disponibilizei duas lixeiras em minha casa. Ensinei que jamais devemos jogar papel de bala ou qualquer tipo de lixo no chão, e quando não existir lixeiras no local, o certo é guardar seu lixinho e descartá-lo quando encontrar uma.

São preceitos simples que fazem toda a diferença no convívio social, pois consciência é também produto de um meio, o indivíduo sem referências  fica a mercê do que é mais cômodo para ele.

José Carlos de Araújo

Engenheiro Ambiental